Ídolos do Juva



Édson Ataliba Cândido


   
 
Posição: Atacante

Principais Clubes: Juventus-SP (1974 a 1982), Corinthians (1982 a 1984), Santos (1984), Santa Cruz (1986)

Entrevista:

Ele era o carrasco do Corinthians. Em 12 jogos defendendo a camisa grená contra o rival paulista, Ataliba fez nove gols.
"O Juventus foi onde tudo começou. Iniciei no futebol nas categorias de base do Corinthians, mas logo me transferi para o Moleque Travesso. O treinador Clóvis Nori foi meu treinador na base do Juventus, onde jogava na meia direita. O Clóvis foi quem me ajudou a ir para a equipe profissional", lembra Ataliba.
Essa ascensão foi curiosa, como explica o próprio Ataliba. "Os atacantes titulares se machucaram e o técnico do profissional na ocasião era o Brida, que me chamou para completar o time na ponta direita. Fiz a estréia diante do Xv de Piracicaba num empate em 1 a 1 na Rua Javari. Marquei o gol do Juventus e não sai mais time", recorda-se.
Ataliba vestiu a camisa juventina de 1974 a 1982. Ficar entre os artilheiros do Campeonato Paulista de 1979, pelo Juventus, e ter sido tricampeão estadual em 1982, 1983 (ambos pelo Corinthians) e 1984 (pelo Santos) são algumas das boas lembranças dos tempos de jogador. "Não é todo mundo que é tri paulista. Não é mesmo?", fala Ataliba.
Outra grande recordação foi o gol marcado quando defendia o Juventus contra o Corinthians no Campeonato Paulista de 1978. "Fiz o gol no final do 2º tempo da prorrogação. Vencemos por 1 a 0. Foi impressionante o silêncio que ficou no estádio", diz o atacante.
Ataliba teve dois grandes ídolos em sua vida: Zico e Pelé. O gol mais bonito da sua carreira foi marcado quando já defendia o Corinthians. "Fiz um golaço de bicicleta na partida em que o Corinthians venceu por 10 a 1 o Tiradentes no Canindé. Igual aquele, eu nunca mais fiz", enfatiza.
Das recordações dos tempos de Juventus, Ataliba lembra de um companheiro em especial " O Paulinho, lateral-esquerdo do Juventus na época, sempre foi o meu irmão branco. Uma vez numa partida contra a Portuguesa Santista eu tive um choque violento e fiquei internado. O Paulinho ficou do meu lado a noite inteira. Lembro disso com muito carinho. Nós subimos juntos a equipe profissional do Juventus e foi justamente o Paulinho que me trouxe para as categorias de base do Juventus".
Ataliba é grato ao clube da Mooca e demonstra um carinho especial quando fala do Moleque Travesso. "Quero agradecer a diretoria e torcida do Juventus pelo carinho que sempre me trataram. Torço para que o Juventus esteja na primeira divisão do Paulista em 2010, pois é um grande clube da nossa cidade com muita tradição", finaliza.







Antonio Lima dos Santos




Posição: Meio-Campo


Principais Clubes: Juventus (1959 a 1960), Santos (1961 a 1971)


Entrevista:


Antonio Lima dos Santos, mas bem que poderia ser do Juventus. É assim que um dos jogadores mais brilhantes do futebol brasileiro brinca com seu nome ao referir-se ao time que o projetou profissionalmente. Lima, um dos mais famosos curingas do futebol brasileiro, teve uma breve passagem pelo Juventus, porém de importância fundamental para a carreira do craque, "tenho muito carinho pelo Juventus, foi o clube que me proporcionou a oportunidade de ser profissional, foi onde minha história no futebol começou", completa Lima.
Lima começou a jogar futebol ainda menino nos campos de várzea do Belém, bairro da zona leste paulistana. Com apenas 16 anos atuava por times como Luso Nacional, Filépo, Marabá, Leão do Norte e Águia Branca. Na vida do então garoto Lima, o futebol já era algo intenso, "quando atuava na várzea, chegava a jogar duas partidas por dia em equipes diferentes", revela o craque que desde essa época já apresentava sua característica e notável polivalência para o futebol.
Após ser descoberto por um ex-jogador do Juventus chamado Osvaldinho, Lima recebeu a proposta de um teste para as categorias de base do Juventus, e como não poderia ser diferente, passou nas seletivas e em 1958 passou a atuar no Infantil, Juvenil e no Aspirantes do clube.
A grande chance de atuar na equipe profissional aconteceu em 1959, quando Bauer, o então treinador da equipe principal grená, o viu treinar no Campo Distrital da Mooca, local onde ocorria a preparação das equipes de base do Juventus. Lima chamou a atenção do treinador e logo veio o convite para integrar o elenco profissional, no entanto, o jovem de 17 anos tinha como início em sua carreira um desafio dos grandes.
A estréia de Lima na equipe principal foi justamente em um momento delicado para o Juventus, pois o clube disputaria com mais duas equipes o direito de permanecer na primeira divisão do futebol paulista, tal série de jogos era conhecida como "o torneio da morte".
"Sob aquela pressão nos saímos bem, no primeiro jogo ganhamos de 1x0 do América em Rio Preto, depois empatamos com o Corinthians de Presidente Prudente em 1x1 no campo do adversário e depois vencemos o mesmo Corinthians PP por 1x0 na Javari, fato que descartou a possibilidade de um outro jogo com o América pois com essa vitória tínhamos nos salvado do rebaixamento", explica Lima.

Lima honrou a camisa 5 grená atuando como volante, após o treinador Bauer deslocar Cássio, que jogava na posição, para a meia-esquerda. Embora futuramente Lima se destacasse como um dos mais versáteis jogadores do futebol por representar a figura do curinga, jogador que atua em todas as posições, no Juventus o craque atuou apenas como volante, "é curioso o fato de ter atuado no Juventus em apenas uma posição já que mesmo quando garoto, na várzea, já desempenhava o papel de curinga, no Santos, por exemplo, onde joguei após sair do Juventus, só não atuei com a camisa 1", afirma




Na partida em que Pelé marcou o que considera seu gol mais bonito, aquele em que na lendária Javari o Rei emenda uma seqüência de chapéus antes de concluir para as redes, Lima jogava pelo Juventus e conta um fato interessante ocorrido durante o jogo, "o Pelé naquele dia não estava jogando bem, fazia uma partida lenta, a torcida então começou a provocá-lo com vários xingamentos e gozações, de repente, Pelé olha para a torcida do Juventus e faz um sinal como quem pede para esperar, foi como despertar uma fera, logo depois saiu o magnífico gol".

Na época em que Lima começou a brilhar nos gramados paulistas, havia o Campeonato Brasileiro de seleções estaduais, a competição era de grande visibilidade e contava com grandes craques do futebol brasileiro. Em 1960 Lima foi convocado juntamente com Wilson Buzzone, outro importante craque da história do Juventus, para a Seleção Paulista que disputou o Brasileiro de seleções daquele ano. Lima, então com 18 anos recém completados, integrou um elenco que entre outros nomes imortais do futebol tinha como base o fantástico time do Santos. O craque do Juventus logo estabeleceu uma grande amizade com os jogadores do Santos, "nesse time eu ocupava a reserva de Zito, que após participar do primeiro jogo da seleção em São Paulo, simulou uma contusão para que no segundo jogo da equipe que seria em Minas com a seleção mineira eu tivesse a oportunidade de atuar. Foi um ato de extrema generosidade que eu aproveitei fazendo dois gols naquela partida, vencemos os mineiros por 4x2". Lima completa revelando uma promessa que mais tarde se concretizou, "o Zito durante aquele período em que convivemos juntos na seleção me garantiu que em breve me levaria para o Santos, após um ano já estava na equipe praieira".





A Diretoria do Juventus da Época com a marquete
da Futura Sede Social do Juventus


Inauguração do Complexo de Piscinas do Clube